Com o headphone a postos, ouço Arno, o bardo enquanto escrevo este post.
Raramente eu coloco o headphone durante o trabalho no JC. Não que me desconcentre muito. Preciso também estar de ouvidos atentos para o que ocorre na redação, para prestar atenção no que falam comigo. Óbvio ululante, diria o velho Nelson.
Arno faz parte da mesma patota de um Serge Gaisbourg, Tom Waits, Leonard Coen, Roy Orbinson, Adamo, com um pouco de Nick Cave e Jacques Brel. Boas companhias, não?
Como uma coisa leva a outra, me pego de calças curtas. Eu baixei músicas de Arno há uns dois anos, porém nunca tive a curiosidade de buscar informações sobre a sua vida. Uma falha para qualquer jornalista, uma das espécies mais bisbilhoteiras do planeta.
E essa me ignorância me levou a achar que ele era francês. Tal como Serge Gainsbourg. Ledo engano.
Estava tão por fora que a Wikipedia me levou a um tal de Arno Hintjens, depois de eu ter tentado achar o bardo do Ardo. Burramente achei que não era o cantor de voz rascante, curtida a uísque, café e cigarro.
E não é que Arno não é francês. É belga. E realmente se chama Arno Hintjens. Nasceu há 60 anos (em 21 de maio de 1949), em Ostend.
Arno está na estrada desde a década de 60. Participou do grupo TC Matic até 1986, quando se lançou em carreira solo e por vezes usou o heterônimo Charles (criou a banda Charles et les Lulus e Charles and the White Trash Blues) e criou a persona Arno Charles Ernest.
Entre os principais sucessos de Arno estão Elle adore le noir, Putain Putain, Qu’est-ce que c’est?, Tango de la peau, Le Yeaux de ma mere, Le bon dieu (versão de música de Jacques Brel), Dance till you drop, Ratata. Entre seus discos mais importantes estão Charlatan, Ratata, French Bazaar e Jus de box.
Não fosse pouco, o bardo Arno também é ator. Já fez peças teatrais e vários filmes. Uma figura.